sábado, 20 de fevereiro de 2010

Êxodo urbano!


Venho alimentando a algum tempo a ideia de que o futuro do homem está relacionada a sua volta à natureza, a princípio como necessidade, já que vemos hoje o colapso das grandes cidades no atendimento daquilo que é essencial à vida, por exemplo, a água! Sem contar o esvaziamento do sentido da vida e a superficialidade das relações humanas ... entre os que defende esta ideia está o poeta, Gary Snyder, em seu livro "Re-habitar: ensaios e poemas" ... e talvez seja por isso, que pensar natureza e cultura torna-se algo tão imprescindível no momento em que vivemos ...


< de onde vem essa sua idéia de êxodo urbano? O campo está preparado para receber as pessoas de volta?

Chamei isso de re-habitação, um conceito que, às vezes, eu mesmo acho que parece ficção científica. Mas, quando olho para a realidade ao meu redor, sinto que meu raciocínio faz sentido: caminhando nesse ritmo, haverá um tempo futuro em que seremos obrigados, por causa do colapso ambiental, a deixar as cidades e os subúrbios, voltando para os campos.As pessoas vão voltar a viver com simplicidade e ecologicamente, desenvolvendo uma intenção sincera de estar ali por muitos milhares de anos, mantendo práticas verdes e sustentáveis.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

ANTROPO-LÓGICAS I


"Agora, tudo mudou. Os selvagens não são mais etnocêntricos, mas cosmocêntricos; em lugar de precisarmos provar que eles são humanos porque se distinguem do animal, trata-se agora de mostrar quão pouco humanos somos nós, que opomos humanos e animais de um modo que eles nunca fizeram: para eles, natureza e cultura são parte de um mesmo campo sociocósmico. Os ameríndios não somente passariam ao largo do Grande Divisor cartesiano que separou a humanidade da animalidade, como sua concepção social do cosmos (e cósmica da sociedade) antecipa as lições fundamentais da ecologia, que apenas agora estamos em condições de assimilar." (Reichel-Dolmatoff 1976 apud VIVEIRO DE CASTRO, Os pronomes cosmológicos e o perspectivismo ameríndio, 1996, p. 124).